Abaixo as 10 escolas paulistas cujos alunos obtiveram entre 749,70 pontos e 702,5 pontos, os melhores do ENEM 2009.
1º lugar -São Paulo – privada –Colégio Vértice UNID II = 749,70
2º lugar –Campinas – privada – Integral Colégio Alphaville = 739,15
3º lugar – São Paulo – privada –Colégio Móbile = 729, 76
4º lugar–Itatiba – privada – Colégio Integral = 723,72
5º lugar – São Paulo – privada – Colégio Santa Cruz = 715,17
6º lugar – São Paulo – privada – Colégio Bandeirantes = 712,57
7º lugar –Taubaté – privada – Colégio Objetivo Junior = 710,06
8º lugar –São José dos Campos – privada- Col Eng Juarez S B Wanderley – 708,26
9º lugar– São Paulo – federal – Instituto Federal de Ciência e Tecnologia = 707,22
10º lugar – Campinas – privada- Escola Comunitária de Campinas = 702,5
Dando uma volta em todo o Estado de São Paulo as notas acima foram as melhores que encontrei: os alunos que obtiveram estas notas estudaram em 4 colégios privados da capital paulista, 1 colégio federal também da capital , 1 colégio de Itatiba, 2 de Campinas, 1 de São José dos Campos e 1 de Taubaté. Nenhum estadual.
É interessante observar que das 1.809 escolas particulares, 3.583 estaduais, 3 federais e 56 municipais que participaram do ENEM 2009, refiro-me as do Estado de São Paulo, portanto, 5.451 escolas, apenas os alunos de 10 delas, isto é , 0,18% tenham conseguido atingir a média de 74% a 70% do exame. Parece-me pouco. Não há ,na média das escolas, 80% de aprovação no exame e, tampouco, 90%. Estranho isso, não é mesmo?
É estranho porque nas décadas de 60 e 70 era considerado bom aluno aquele que atingia notas 80, 90 e 100. A nota 70 nada tinha de extraordinário. As medalhas iam para os alunos 100 e os de nota 90 pegavam o segundo lugar. Mas 70! A nota 70 era um consolo porque estava acima da média 50 e 60 : você não era mediano.
Mas tudo mudou. Escolas privadas caríssimas, a meu ver, não conseguem fazer com que a média de seus alunos do 3º Médio atinja os pontos 800, 850 ou 900. O que está acontecendo?
1) Talvez a nossa sociedade tenha se tornado permissiva, muito flexível e os alunos não conseguem foco, não possuem o mínimo de disciplina necessária para o estudo. Se o professor exigir um mínimo necessário os alunos reclamam e os pais idem;
2) Por outro lado, é possível que as aulas possuam o mesmo formato daquelas do meu tempo, sim, aquelas do século passado, século XX, da década de 60 e 70: professor na lousa explanando o conteúdo e nós alunos participando em silêncio da aula;
3) Ou o exame está complexo, exigindo algo que os alunos não estão preparados;
4) Ou ainda a escola não está entendendo do que se trata o ENEM e é levada, por intermédio de suas apostilas e sistemas de ensino, a investir nos exames vestibulares que ainda teimam em existir;
De qualquer modo, como dizia Hamlet, há algo de podre no reino da Dinamarca, não resta dúvida.
E as escolas públicas? Ficam para amanhã !
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